segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cárcere e perseguição

O século 20 da literatura brasileira começa com um romance de acusação contra a sandice dos governos brasileiros em Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, e é num romance como Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), de Lima Barreto, que podemos entrever o que pode ter sido realmente viver sob o governo autoritário de Floriano Peixoto.
Jorge Amado foi obrigado a exilar-se na década de 40, após o golpe militar de 1930, que depôs o presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder. Foi das prisões da polícia política de Vargas que emergiu um de nossos maiores documentos políticos e literários, os dois volumes das Memórias do Cárcere (1953, póstumo), de Graciliano Ramos, que já havia representado o ambiente de opressão do regime no romance Angústia (1936), publicado enquanto o autor estava preso.
Das mesmas prisões de Vargas surgiria o escritor Dyonélio Machado, com seus romances Os Ratos (1935) e O Louco do Cati (1942). E sempre será possível sentir, ao menos em linguagem, a opressão do Estado Novo em poemas de Carlos Drummond de Andrade, especialmente em seus livros Sentimento do Mundo (1942) e A Rosa do Povo (1945).

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